Bocadinhos de mim :

Os meus olhos contaram-te a minha história?

domingo, 28 de março de 2010




-Não ouves a porta?
-Já vou.
-Agora!
-Não sou tua criada.
-Cala-te. Sou eu que te sustento, fazes o que eu digo!

Neste momento, ele deu-lhe um murro e empurrou-a contra a parede onde bateu com a cabeça. Cobarde, pensava ela, bater em quem dava a vida por ele, era mais que cobardia. Aptecia-lhe fazer as malas, deixar a chave em cima da mesa e sair. Sem telemóvel, sem deixar uma carta, sem nada. Ele não merecia que ela lhe desse explicações. Não merecia o que ela aturava por ele. Mas amava-o e ao seu ver, o amor verdadeiro tinha que desculpar todos os erros, pois ela considerava cada murro que levava, cada palavra fria e cada ofensa como obstáculos que tinha que conseguir ultrapassar. E de certo modo, mesmo estando um caco por dentro, por fora mostrava-lhe tudo o que não conseguia ter, coragem. E como ele nunca chegou a conhece-la verdadeiramente, acreditava que a coragem dela era difícil de demolir para tal, a maneira certa era bater-lhe e rebaixa-la para que ela sentisse o medo que aquela coragem lhe fazia sentir.

-Não bebas mais.
-Cala-te.
-Tu prometeste que não o irias voltar a fazer.
-Cala-te vaca.

E voltava a cair no chão, com um murro ou um estalo, por vezes , até com uma forte chicotada de cinto. E ela voltava a Pensar na cobardia daquele homem e na coragem que não tinha. Ele chegava ao pé dela, pedia-lhe desculpa e ela considerava aquele obstáculo como vencido, mas haviam tantos obstáculos iguais a este pela frente. E ela cançou-se, foi ao quarto, tirou a roupa do armário, dobrou-a e meteu-a na mala de viagem vermelha. E saiu. Saiu daquela casa que tantas marcas de sangue continha nas paredes. Teve coragem, o se não, é que saiu, escreveu um bilhete e levou a chave. E sabia que há noite, estaria de volta a casa... Afinal, ela amava-o.
A minha foto
Fatima, Portugal
Vivo das memórias do passado.

Ao contrário das imagens que se encontram aqui , que são retiradas do Google , os textos são feitos por mim. Agradeco que não os copiem e os metam no hi5 , blog , enfim. Nem que se façam passar por autoras(os) deles. Os meus textos são a minha história , os meus sentimentos , não se encaixam em qualquer pessoa ;) Originalidade , babe.

Caixa de recordações.


Obrigada á Pejotinha (:

Obrigada á Jessica e á Inês. (:

Obrigado á Inês. (:

Obrigada á Rita

Obrigada á Rita

Obrigado á Rute e á Sara (:

Obrigado á pejotinha

Obrigado á pejotinha